No dia 30 de outubro de 2009 foi publicada no Diário Oficial da União a lei nº 12.064 que instituiu o dia 28 de janeiro do ano como sendo o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil. Essa foi a data escolhida para homenagear os auditores-fiscais do trabalho, Eratóstenes de Almeida, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e ao motorista Ailton Pereira de Oliveira, que foram assassinados quando investigavam denúncias de trabalho escravo em Unaí (MG).
Para muitos, a imagem que vem à mente, quando ouvem falar de escravidão, é aquela tão bem retratada de um grande navio trazendo em seus porões negros amontoados, obrigados a trabalhar à exaustão, maltratados e agredidos, tendo que conviver com a morte até a chegada ao continente onde seriam vendidos. Apesar do cenário distante, a escravidão existe, ainda hoje, apesar de haver sido juridicamente banida em quase todos os países em que foi legalmente admitida. E o Brasil não é exceção!
Oficina de Costura em Americana (SP) denunciada por uso de trabalho degradante.
No Brasil, a terceirização no setor têxtil tem impacto negativo sobre as condições de trabalho dos costureiros, sem o vínculo formal com a empresa, o empregado não dispõe de mecanismos legais para se proteger de abusos e da exploração nas relações de trabalho. Os casos se agravam ainda mais quando esses trabalhadores são imigrantes em situação irregular no país. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, entre 2003 e 2014, foram fiscalizados 34 casos de trabalho escravo, dos quais foram libertados 452 costureiros de oficinas fornecedoras de marcas populares e de “grife”, cuja maioria se encontrava no estado de São Paulo. (Fonte: PDF “Trabalho escravo nas oficinas de costura” feito pela ONG @reporterbrasil Disponível em: http://bit.ly/trabalhoescravoRB)
Estima-se que existam 100 mil bolivianos trabalhando em condições análogas à escravidão em 8 mil pequenas confeccções na capital paulistana. “É uma mão de obra que chega ao Brasil devendo o custo da viagem aos seus patrões. A dívida gera uma relação de servidão que pode se arrastar por meses e até anos”, diz Renato Bignami, auditor-fiscal do Ministério do Trabalho.
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"É comum que os trabalhadores morem e costurem no mesmo local — 12 pessoas, em média. Os quartos são coletivos, os travesseiros e cobertores são feitos pelos próprios costureiros com retalhos da confecção. Os donos das oficinas são os responsáveis pela alimentação dos trabalhadores, que costumam ter meia hora para cada refeição. O menu é quase sempre o mesmo: arroz, feijão e salsicha. Pela manhã, café preto e pão puro. Não é raro que a alimentação seja usada como instrumento de chantagem e coerção." - Maria Laura Neves - Marie Claire, 2017.
Diante deste cenário terrível em que nos encontramos, é de extrema importância saber de onde vêem e como são feitas as peças em que consumimos dia após a dia. Não podemos continuar financiando crimes e mortes em nome de falsas ideologias! FAÇA ALGO!
A Duran Loungewear pratica a moda ética e consciente, priorizamos a produção local o que nos possibilita conhecer diretamente nossos parceiros de trabalho, e assim, colaborar com a industria da moda de maneira transparente e correta.
Link do post sobre o movimento Fashion Revolution Brasil em que apoiamos e participamos: https://www.duranloungewear.com.br/blog/fashion-revolution-brazil
Links para demais matérias sobre os acontecimentos:
https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2016/06/escravos-da-moda-os-bastidores-nada-bonitos-da-industria-fashion.html
https://reporterbrasil.org.br/2014/02/acao-por-trabalho-escravo-na-producao-de-roupas-da-marca-fenomenal-pode-ultrapassar-um-milhao-de-reais/
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/04/1878622-divida-impede-15-milhao-de-pessoas-de-deixar-o-trabalho-diz-ibge.shtml
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